A prévia da inflação de outubro de 2025 (IPCA-15) trouxe uma sinalização clara para o setor logístico: os combustíveis voltaram a subir e, com isso, aumentaram os custos operacionais de transportadoras e embarcadores em todo o país.

O peso dos combustíveis no transporte rodoviário

Enquanto a inflação geral desacelerou para 0,18% — a menor para um mês de outubro desde 2022 — o grupo Transportes teve alta de 0,41%, impulsionado principalmente pelos combustíveis e passagens aéreas.

Os combustíveis tiveram aumento médio de 1,16% no mês. O etanol foi o que mais subiu (+3,09%), seguido pela gasolina (+0,99%) e o diesel, que teve leve alta de 0,01%. Mesmo essa variação aparentemente tímida do diesel preocupa: segundo dados do setor, o combustível representa cerca de 37% do custo do frete rodoviário.

Para as transportadoras, a elevação nos combustíveis significa ajuste imediato nos custos por quilômetro rodado. Empresas que não operam com tabelas de frete indexadas ao diesel enfrentam dificuldades para repassar esses aumentos ao embarcador. Já aquelas que contam com cláusulas de ajuste automático conseguem, em parte, preservar a margem operacional.

Repasse de custos e pressão sobre embarcadores

Do lado dos embarcadores, especialmente os de médio porte, o cenário também é desafiador. O aumento dos custos logísticos tende a pressionar o orçamento de quem depende do transporte rodoviário para escoar mercadorias. Além disso, empresas que operam com contratos fixos podem ser forçadas a renegociar condições ou absorver parte do aumento.

Em um mercado competitivo e sensível ao preço, o embarcador se vê diante de um dilema: aceitar aumentos de frete ou buscar alternativas que podem comprometer prazos, segurança ou qualidade na entrega.

Estratégias para mitigar os impactos

Para minimizar os efeitos da alta dos combustíveis, tanto transportadoras quanto embarcadores têm adotado estratégias como:

  • Uso de ferramentas de roteirização inteligente para reduzir quilometragem rodada;
  • Investimento em veículos com melhor eficiência energética;
  • Negociações mais dinâmicas de frete, com base em índices de combustível;
  • Acordos com fornecedores que preveem ajustes automáticos conforme a variação do diesel;
  • Consolidação de cargas para maximizar a ocupação dos veículos.

Perspectivas para os próximos meses

Apesar da alta nos combustíveis em outubro, a tendência de desaceleração da inflação geral e as projeções de queda da taxa Selic para 2026 podem aliviar, no médio prazo, a pressão sobre os custos logísticos. Entretanto, fatores como o câmbio e o preço internacional do petróleo ainda trazem incertezas para os próximos meses.

O momento exige planejamento, flexibilidade e capacidade de resposta rápida. Transportadoras e embarcadores que estiverem atentos a essas variáveis e preparados para ajustes terão melhores condições de manter competitividade e rentabilidade mesmo em cenários adversos.

Fonte: Transvias 
Foto: Transvias (divulgação)

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